quinta-feira, 22 de julho de 2010

Conto

Influenciado pelo livro do Álvares de Azevedo acabei escrevendo esse pequeno conto entre 0 e 1 da manhã, opiniões são sempre bem vindas.

Conto:

As mãos suadas denunciavam a apreensão, o coração palpitava forte no peito, e o rapaz estava a fitá-la, numa apreensão de um guepardo que caça. Separados por um mar de cabeças, vozes e sons. No palco uma dupla ruim, cantando uma musica brega, assim como sempre no dias por aqui.
Ela na parte de cima da boate, encostada no parapeito não conseguia deixar de fitá-lo, ele por sua vez, não parecia se incomodar com a dor que já assolava seu pescoço, não saberia dizer o quanto tempo estava a fitar, hipnotizado por aquela beleza angelical, cabelos negros ondulados, pele branca e olhar de mistério.
Impulsionou o corpo, como uma locomotiva caminhava acelerando o passo sua respiração ofegante e tenso, com a barriga a congelar... foi em frente, caminhando em direção a sua presa. Hora desviando hora empurrando os obstáculos, estava determinado, focado apenas em seu desejo, e lá ela se permanecia, com um sorriso de quem queria ser caçada, queria fugir daquele infame lugar, mar de lama de uma sociedade ignóbil. Não querendo esperar, passou a dirigir-se para o andar de baixo.
Encontraram no pé da escada, uma troca de olhares o desejo incontrolável que transbordava de ambos, fez parecer que mais nada existia no mundo, apenas o objeto de desejo a frente no qual se apreciavam, poderiam ficar ali por horas a fio.
Nada disseram, a mulher de rosto angelical, moveu-sem um beijo suave sob a face dos lábios , como duas crianças a brincar descobrindo os mistérios da sexualidade. Segurou-lhe a mão, que encontrava suando frio, e o começou a conduzi-lo para longe daquele absial monumento da ignorância.
O vento da noite golpeou as faces, ela com um vestido de verão florido, de panos leves não pareceu se importar, já o homem sentiu o doce beijo gélido, mas não conseguia tirar seu olhar daquela nuca que o conduzia, um movimento e ela o puxou para cima de si, encostando-se num carro, se beijaram deliciosamente por alguns minutos, ela desliza a mão sobre os bolsos encontra um volume... era a chave do carro, parando e olhando o homem a sua frente, num sorriso de uma criança que apronta, pressiona o botão, não longe dali as luzes piscam, ela novamente o conduz, vai na direção do carro.
Com peito palpitando forte, não tem coragem de quebrar o silêncio, a gorota apenas sorria e parecia aproveitar ao ouvir o nada. O rapaz conduz até uma represa, era tarde da noite, a mulher afasta o banco, abrindo as pernas, o rapaz por puro instinto se vê por cima da garota a beijando, amassando inebriadamente com o prazer, ou seria do álcool no organismo??. No frenesi ela inverte as posições, e no fervor do gozo, ele sente um liquido a escorrer, e era vermelho rubro. Sua artéria havia sido rompida, sangrava porém não conseguia gritar, ainda dentro da mulher parecia não se importar, e então a caçador se tornou caça.
A cada descida do rosto, ela voltava com um pedaço de seu corpo entre os dentes, saboreando cada gotícula de sangue e cada pedaço de sua carne, perdeu-se os sentidos quando não havia mais pescoço. Sua ultima ação, fora o gozo.
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nota1: editado depois das dicas de Fernando Sayeg
nota2: segunda edição por algus erros que encontrei após ler novamente




domingo, 18 de julho de 2010

Amizade

Escorado num amontoado de cobertores e travesseiros, sinto a perna esquentar, notebook no colo, únicos sons que abstraio é do fone apertando minhas orelhas, um podcast sobre amizade do café brasil (http://www.portalcafebrasil.com.br/podcasts/tequinologia-do-abraco ). E eita domingo preguiço depois de 90 km de moto, um bom banho, e daqui a pouco uma jurupinga.
Sinto saudades de alguns amigos, sinto a perda de outros, mas são sempre muito bem apreciados, sou uma pessoa que cultiva poucas, porém verdadeiras e que dão frutos... esses ótimos frutos para degustar, uma amizade sincera, nem que seja passageira, sempre rende bons frutos.

E há claro, as de longas e longas datas, desses que a gente aproveita sempre toda semana um cadinho, seja numa conversa banal, num twtter engraçado ou num momento de aperto.

E sempre as que de destacam uma com laço de sangue, outra com laço de personalidade, outra que somos tão diferentes e tão iguais... amizade.. amizade.. amizade... esta ai, algo deliciosamente viciante, revigorante e forte.

Não saberia aqui, em palavras como homenagear essas pessoas que fazem parte do meu pequeno raio de amizade, só quero dizer a todas elas, que cada uma contribui para um pouco da minha personalidade e da minha vida, carrego sempre uma ponta, por mais pequena que seja, de cada um de vocês.


Um forte abraço a todos.





quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fogo e Muro

Esta ai, uma combinação fantástica que quase me lasquei .. :).

Ao pegar estrada ontem a noite, havia fogo na cana, apreciei o espectáculo e quase que fiz parte.


Rasga-se o céu denso e escuro
Amarelo e laranja predomina
o fogo, belo impõe-se,
a cana seu alimento

Arde, queima e desenha
com a fumaça, nota-se formas
dessas formas, surgem imaginação
o mundo do paraíso se abre
e lá regozijei...

por poucos instantes, viajei
por muito  pouco não encontrei...
aquele muro, assustei.





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