quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Software e Sabão em Pó


Quem aqui numa discussão sobre software não viu o fim da conversa com alguém dizendo “Melhor é o que eu sei Usar!!” ou “Aquilo que atende o cliente!”, nos estudos da faculdade somos condicionados a acreditar fielmente nessa afirmação e eu acreditava... até o engajamento com software livre, na verdade, até alguns dias atras quando parei para pensar e refleti um pouco.
Vamos fazer uma comparação, uma analogia com algo do uso do dia a dia, o Sabão em Pó para lavar roupas. Utilizar software é como uma dona de casa indo comprar seu sabão em pó.
Assim como no software, o objetivo é sanar sua necessidade, com o sabão em pó, também seu intuito é lavar a roupa suja (necessidade), então ela se dirigi ao primeiro supermercado ou aquele mercadinho de bairro de sua preferência, vai até a prateleira onde se encontra o sabão em pó e lá encontra-se várias marcas, mas com toda sua experiência ela fica em duvida entre apenas duas, vamos listá-las

MARCA X - É menos conhecida pelo grande público(resultado da concorrência desleal), porém um ótima alternativa. Vai resolver seu problema, tem um custo baixo e é prática. Em toda sua história nunca esteve envolvida e nenhum escândalo de repúdio da sociedade.

MARCA Y - É uma alternativa de nome, cara, envolta em vários escândalos, que vai de não respeita normas de saúde, a desrespeito ao meio ambiente. Não da satisfação para sociedade, ela simplesmente não se importa.

Qual, das marcas acredita-se que a dona de casa deve comprar?
Então, porque no software devemos ser diferentes? Muitos softwares proprietários não tem respeito por padrões, até desrespeitam deliberadamente, ( e acredito que deve haver até um ou outro software livre) fazem de tudo para se manter referência atravessando até mesmo nossos direitos como consumidores, com acordos na fonte de venda de outros produtos, sendo isso uma prática desleal, embarcando o software não nos dando o direito de escolha. Enfim agridem o “meio ambiente” do desenvolvimento com patentes e padrões completamente ultrapassados e/ou inferiores a novas, uma maneira desesperadora de atravancar o crescimento tecnológico para manter-se no topo ( sim estou falando de ODF e OpenXml). Então porque eu deveria usar software de uma empresa como essa? Porque utilizar um software como esse?
Se eu sou a contra todo software proprietário?? Não, não tenho essa visão tão radicalista, mas sou a favor de que no software, ou em qualquer outro produto tenhamos uma escolha consciente!. Apoiar uma briga por melhor qualidade que no marketing é chamado de “mercado canibal” respeitando as leis e a sociedade como um todo, não apenas o deus do lucro. Opto por um software que não irá agredir o mundo que eu vivo, da mesma maneira que deixo de comprar um produto de uma Marca Y quando é comprovado irregularidades na sua fabricação, exploração de mão de obra, agressão ao meio ambiente e tantas outras atitudes antiéticas e de má prática no mundo dos negocios.
Essa é uma atitude do consumo consciente, não apenas para os técnicos ou desenvolvedores, mas para todos nós consumidores. Se você não compra papel daquele que desmata a Amazônia e sim dos outros que tem um selo que valida reservas próprias para corte, ou trabalhando com replantio, porque vai utilizar um software nocivo?
Lógico, ao utilizar um software proprietário você não estará contribuindo para o desmatamento da Amazônia, a intenção é chamar-lhe a atenção para um problema futuro que muitos de nós ainda não conseguimos enxergar. Essa analogia com sabão em pó fora feita para demonstrar uma preocupação, que no passado não existia e hoje tira o sono de muita gente, o meio ambiente, alguns anos atras não se tinha essa preocupação com o problema ambiental, empresas depositavam seus resisduos no rio, o esgoto ia “in natura”, até criar-se a consciência ambiental e observamos uma abundância de trabalhos por ongs, governo e sociedade levantando essa bandeira.
No mundo do software vejo o mesmo problema, enquanto não pararmos para resguardar o futuro de desenvolvimento, teremos softwares amarrados a empresas que não terão problemas em explorar a sociedade para ter o seu tão aclamado lucro.
Repito, o problema é com o “Lucro Acima de Tudo”, vivemos num mundo capitalista e lucro é o que procuramos, sendo empresas ou sendo funcionários, mas da mesma maneira que vamos contra o lucro ilícito seja ele, roubo, extorsão ou propina, pois esses crimes agridem a sociedade, temos, por obrigação fazer o mesmo com as empresas de softwares, que não respeitam nossa individualidade, utilizam de concorrência desleal nosso direito de escolha deve prevalecer.
Botar fogo na Amazônia, assalto a mão armada ou uma maquinação política para manter um padrão ruim no mercado, são diferentes formas de agressão, mas todas são um desrespeito claro a sociedade, a nós consumidores.

Opiniões e críticas são bem vindas e estimuladas (se forem fundamentadas), minha ideia é encorpar o texto com casos e afins, se alguém souber, agradeço a ajuda.






6 comentários:

Thiago Feijó disse...

Sinceramente!?
Enquanto estivermos nesse mundo capitalista, acredito que será difícil de controlar essa nossa compulsão por valores. Muita das vezes nós, consumidores, "olhamos torto" para produto que são mais barato ou até mesmo 'free'. E o que importa pra todos é isso mesmo, PREÇO!
Realmente são pouquíssimas as pessoas que veêm os produtos de consumo com olhar crítico, no ponto de vista ecológico.
Um ótimo ponto a favor tbm do software livre.

Parabéns pela consciência e POST!

Oicreal disse...

Concordo e ja consegui visualizar essa consicência do consumo até em pessoas próximas. Mas acredito no trabalho e "despocotização" como diria Luciano pires no cafe brasil :), obrigado pelo comentário.

InFog disse...

Cara, a sua reflexão faz sentido. Gostei da forma como você comparou o software com produtos físicos como o sabão em pó.
Muitas vezes nos vemos comprando e usando as marcas e nem paramos para olhar para as alternativas.
A 'consciência ambiental' ainda vai pegar também no ambiente de desenvolvimento de software =)

Ark disse...

Eu acho, que a "MARCA X" deve estar envolvida em escândalos, mas como é desconhecida, ninguém conhece eles, se tem pessoa, tem rolo =) E a “MARCA Y” era a marca que a bisavó da dona de casa usava, que ela vai escolher, salvo os casos em que não haja verba pra isso, nesses casos, escolherá a marca mais parecida tipo “MARCA I”, que provavelmente usa as mesmas cores na capa. ^^
Esse lance de consumo consciente é triste, é uma questão que abrange não só os softwares, mas a margarina, o frango, o sapato. Saqualé? Ler não é um habito aqui. Já dizia o véi Rui Barbosa “A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo desvirtuamento da própria língua”. As pessoas nem entendem mais o que quer dizer as letrinhas atrás dos produtos, então nem param pra ler. Assim também não entendem o que os políticos dizem, ou o jornal... Textos acadêmicos, então... =)
É engraçado de ver as estratégias das empresas, havia uma campanha para conscientização sobre o meio ambiente, pessoas nuas em passeatas (^^), e aquela coisa toda. Ai, viu o que aconteceu? As empresas incorporaram “ecológico” nos seus “slogans” (nem sempre tendo compromisso de fato com isso), e ai? Ficou tudo bem, ninguém nem liga pros pelados mais. Acho que é um tanto de apatia, mais um tanto de preguiça, mais um tanto de conformismo... e um bom tanto de ignorância (largamente estimulada). Os poucos que se interessam, muitas vezes entram nesse ciclo também, por ver que pouquíssimo do grande esforço tem resultado. Pessoalmente, acho que muda, mas ainda vai muitas gerações nisso (isso foi algo, pra estimular, saca? Acho que não pareceu, né?) ^^

Oicreal disse...

Por Obrigado InFog, eu tentei fazer um Link com a vida real.

Óphis, gostei de lhe ver por aqui, faz tempo que a gente não tem um papo de buteco =P, compreendo o que você disse sim e é estimulante, a gente tem sempre que continuar trabalhando naquilo que acredita.
Obrigado pelo comentário, e suas opiniões são sempre bem vindas.

Anônimo disse...

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