Das planicies, aos pantanos

Cansada de toda a bagunça que sua vida se tornou, lá estava ela, com sua vida, fechada, reclusa no seu mundinho querendo seguir o caminho do bem. Decidiu, enfim, tomar algumas atitudes, “Vou parar de beber, vou parar de fumar, não vou mais me preocupar, não quero mais relacionamentos”, seguindo as trilhas que dizem do bem, caminhando em direção a luz que brilhava ofuscante no horizonte enchendo seu corpo de coragem e força. Se sua alma pudesse materializar, seria luz branca e serena, acalanto de imagem, vislumbraríamos por horas sem fim, é como olhar as planícies produtivas de um vasto reino encantado, emanava candura.

E lá estava ele, na contramão para o outro lado daquilo que ela andava. Sem se importar com mais nada, tudo que queria era apenas consumir, um vulto de um ser andarilho que outrora fora um homem apaixonado. Tudo que toca consome, consome o espirito, o amor a vida, sem escrúpulos sem culpas.

Sua alma, haa se sua alma pudesse ser materializada, seria um agregado medonho e galhos podres, lama negra, restos de animais mortos pendurados para todo lado uma visão do inferno a qual não é muito agradável de ver.

Não sei a que nome dar, mas por um agrado de destino (chamaremos assim), um dia remoto quando os planetas estavam alinhados, os deuses malvados jogando poker, e os anjos sem nada para fazer, brincando de moldar nuvens, esses dois seres se cruzaram, se entreolharam e se desejaram. Contra tudo que era natural, no descuido e falha das entidades divinas se amaram em uma sina, e tudo fora compartilhado, a pureza com a podridão, deu novo espaço a dois seres, nem bom, nem ruim, simplesmente humanos, simples desejos.

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